Síndrome da tensão tibial medial está relacionada às principais alterações biomecânicas encontradas nos corredores de rua.
Você sentia dor na canela, foi diagnosticado com síndrome da
tensão medial tibial (a “canelite”), fez gelo, repouso, alongou e
melhorou. Mas quando voltou ao ritmo normal de treinos começou a sentir
dor novamente? Isso acontece porque existem alguns movimentos do corpo
durante a corrida que são associados à canelite. Enquanto esses
movimentos inadequados não forem descobertos e tratados, a canelite
nunca estará totalmente curada e pode voltar.
As principais alterações biomecânicas encontradas em pessoas com canelite são:
•
Pronação do tornozelo: no momento em que o peso do corpo está sobre o
pé, a sua parte mais posterior “cai para dentro” devido à fraqueza de
alguns músculos do tornozelo e da perna;
• Deformação excessiva
do arco plantar: o pé apresenta uma elevação na parte interna chamada de
arco plantar. Durante a corrida é normal que ocorra um rebaixamento
desse arco para absorver o impacto do pé com o solo, porém um
rebaixamento excessivo e muito rápido é um dos fatores ligados a
canelite;
• Contração inadequada do músculo sóleo: o sóleo é um
dos músculos da panturrilha e sua contração produz o movimento de flexão
plantar do tornozelo (movimento de colocar a ponta do pé para baixo,
como no acelerador do carro). Este movimento ocorre na fase de impulsão
da corrida, quando o pé está quase saindo do solo. Na canelite esse
músculo se contrai antecipadamente, prejudicando a impulsão e aumentando
o stress no osso da canela (tíbia).
Tratamento
É
preciso identificar qual é a alteração biomecânica que mais está
contribuindo para a canelite e realizar um processo de correção do
movimento com fortalecimento da musculatura adequada. Cada caso é único e
deve ser avaliado individualmente, mas de um modo geral nas situações
de pronação do tornozelo e rebaixamento do arco plantar realiza-se
fortalecimento dos músculos do pé e do tornozelo; no caso da contração
inadequada do músculos óleo é necessário um treinamento funcional de
reeducação do padrão de impulsão da corrida.
Referencia:
-Carr, K., & Sevetson, E. (2008). How can you help athletes
prevent and treat shin splints? Journal of Family Practice, 57(6),
406-408. Retrieved from EBSCOhost.